Quem ia para a salinha conversar e tomar chá com a
professora na primeira série? Eu! Hoje nem pode mais tomar chá na escola, mas
ainda assim me apaixonei pela imagem do “ser professor”. Minha mãe foi
professora, meu pai quebrou uns galhos, minha irmã é professora.
E eu, além de tudo, sou professor. Se tem uma coisa que me é
terapêutica, essa coisa é dar aula. Não só me completo no trabalho no SPIND,
como também na graduação. Preciso sempre buscar uma forma diferente de me
expressar, de envolver os alunos, de fazer as coisas acontecerem.
Só que tem algumas coisas que me tiram do eixo. A primeira
delas é quando o aluno pergunta o que tem na próxima aula, por que ele quer
saber? (olha no calendário...)
A segunda é quando ele vem avisar que não vai vir na próxima
aula. Eu já tenho que me preocupar com tantas coisas, e afinal de contas o
principal da festa é o conteúdo.
Uma vez me disseram que avisar no dia da festa que não se
vai é pior do simplesmente não ir. Eu concordo. É como se a pessoa tivesse mais
importância do que todo o resto. Se planeje, se organize, mas não me envolva nas
tuas confusões.
Só que tem coisas que são incríveis na história de dar aula:
quando o aluno (meninas, sintam-se incluídas qndo eu falar aluno, ok?) comenta
algo que aprendeu com você, quando a aluna (meninos, o mesmo, beleza?) diz que
fez algo que você disse e que deu certo, quando te dão carinho espontaneamente,
e o melhor de tudo QUANDO FAZEM SURPRESA!
Ao longo desses quase 10 anos de docência no ensino superior,
já fui surpreendido diversas vezes. E nunca me acostumo! Porque é sempre bom!
Já fui surpreendido sem motivo (com presentes e mimos porque lembraram de mim
em viagens, passeios, congressos e até numa ida a cafeteria), já fui surpreendido
com festa de aniversário surpresa (mais de uma, e até mais de uma no mesmo ano
<3) , convite para paraninfo, professor homenageado e homenagem surpresa de
encerramento da aula. SÓ ALEGRIA.
É por isso que quando o aluno me pergunta “sor, o que vai ter
na próxima aula?” eu me reviro por dentro, respiro fundo, sorrio e digo “eu não
sei, venha e vais descobrir”, porque na maioria das vezes eu não sei mesmo! Pode
ser que eu decida fazer uma surpresa, pode ser que eu invente algo novo, ou
ainda que eu não lembre mesmo, a final, eu faço um monte de coisas ao mesmo
tempo e o meu foco é a experiência de hoje, semana que vem a gente vê o que
faz.