Ontem não vim aqui falar com você.
Que sempre tenho tanto para falar!
Não vim, porque não quis! Direito meu, ora bolas. Te disse quando começamos que não viria todos os dias. Na real, estou dizendo isso pra mim. Para eu ler, absorver. Na rotina míope do dia a dia (sim, míope, pois você não enxerga direito, e se preferir trocar por turva, enuviada, com fogs, sei lá, te vira, é uma metáfora!), não enxergamos o todo, somos uma das muitas realidades que acontecem. E inúmeras vezes autocentramos o sentimento de existência como se todas as histórias fossem conectadas a nossa e passamos a desenhar o mundo e tentar ter controle sobre ele (se você se perdeu no autocentramos, significa que nos colocamos – nós mesmos – no centro, como se fôssemos o protagonista) .
E fazemos isso de forma tão automatizada, que alguns do nossos softwares do inconsciente fazem isso tão bem que conseguem gerar tantas doenças, manias, comportamentos, que são FOD*.
E com isso definimos os limites da nossa mente, da nossa sociabilidade, baseados na doença, e não na mutação evolutiva.
Ano passado, assistindo um filme que não lembro agora, ouvi a seguinte frase “liberdade é desmarcar um jantar, sem se preocupar em inventar uma desculpa, simplesmente por que não quer ir”. Achei a frase do ano. Por mais simples que pareça, está tão cheia de significado que os autômatos da Matrix não conseguem perceber algo tão simples e ainda são capazes de dizer “eu faço isso, eu digo as coisas”, fala nada! O mundo seria tão mais maravilhoso se as pessoas aprendessem a despertar, questão por questão, assunto por assunto.
Eu queria, na real, era te contar outra coisa, contar dos projetos que fiz, do porque eu não vim, dizer que estava ocupado e listar o número de coisas que eu realizei ontem Mass eu teria 15 minutos, pensando bem... poderia ter vindo aqui e falar contigo... Poderia ter sido nos 25 minutos que parei para ver “please like me”, poderia ter sido enquanto decidi tomar um café no meio da tarde, poderia ter sido diversas vezes ontem, quando me lembrei de vir, pensei no que dizer e depois escolhi outra coisa que me chamava mais. Mas fica tranquilo, eu tô escrevendo isso para quando eu ler eu lembrar que fui consciente cada vez que te relativizei, em todas elas me perguntei se o que iria escrever era algo que eu queria que fosse lembrado, e nenhuma delas eu acreditava digna de memória, mas agora sim, deixar claro que quando escolho ler só parte do mundo, eu fiz isso de forma consciente, e que se alguma linha de programação mais interessante passar em outro lugar, beleza, eu escolhi fazer o que eu realmente queria fazer! Boa sexta-feira 13, querido diário!