Nem sempre criar é fácil, até porque o problema de uma mente
inventiva é convencer as demais mentes de aquilo que você criou é válido. Não
foram uma ou duas vezes que riram das minhas ideias e depois voltaram para perguntar
como daria para fazer...
Não vou ganhar o Nobel de criatividade, mas devo confessar
que tenho uma cabecinha bastante inventiva. E foi sempre assim. Não lembro
quando começou, nem porque, nem como, nem com quem, mas lembro dos 7845 clubes
que eu e aJulia Piccoli criamos, das 9973 empresas ou negócios que eu e o
Cristiano imaginamos, e das 189746234 reformas, brincadeiras e pirações que eu
e os meus primos fizemos na casa da minha avós.
Ou seja, a criatividade é uma constante na minha vida. Meus
pensamentos juntam coisas que talvez outra pessoa não juntasse, o que faz pouco
sentido para a maioria, às vezes, faz muito sentido para mim.
Se você olhar o processo criativo mais de perto, inclusive
das invenções mais inusitadas, todas elas são rearranjos de elementos que já
existiam antes. Então eu tenho uma boa memória, que se permite misturar. E a
partir dessa boa memória, crio coisas novas.
Isso fez com que a minha preocupação sempre fosse
reaproveitar o que estava disponível no meio em que eu estava. Para ser
sincero, apesar de nunca ter me faltado nada, minha adolescência não foi em
meio a uma oferta gigante de dispositivos tecnológicos ou fartura de
investimento, por isso desde cedo aprendi a fazer algumas coisas por mim mesmo.
Com boa vontade e boas ideias, uma webcam pode fazer uma
superprodução fullHD. Um vaso de plantas pode ser a forma de um chapéu, um
pedaço de cerca pode servir de stencil. Uma ideia furada, pode servir de
receptáculo para uma vontade cheia! Criatividade é tudo nessa vida, ainda mais
nesses tempos sombrios, em que uma única luz já faz toda a diferença!