História #1 - Márcia e o Pai
Escrito em: 05/10/2015 18:25:37
por Dehdo Hübler
Márcia há dias pensava no pai. Uma saudade apertando o peito com aquela sensação de quem comeu doce demais e acha que tem alguma coisa por acontecer. Márcia era mais a mais sensitiva das cinco irmãs, e olhe que ela não ligava para nada disso. No almoço de domingo pediu à mãe que contasse de novo como ela e o pai haviam se conhecido.
- Conta mãe, eu não canso de ouvir.
- Para Márcia, já contei esse história mil vezes e tu já conhece de traz para frente.
- Eu sei mãe, é que cada vez que tu conta parece que ele está aqui, e o brilho do teu olho me dá uma certeza de amor eterno.
- Para guria, já falei, ó, tá me fazendo chorar já.
Completamente lúcida, aos 91 anos, Maria, mãe de Márcia, lembrava cada detalhe da juventude, da infância, da vida adulta, e principalmente da dor que lhe cravava o peito toda vez que lembrava daquele abril de 1987.
- Mãe, conta, a Luíza acho que nunca ouviu. Só mais uma vez vai, daí eu gravo no celular e prometo que não te incomodo mais....
D. Maria não teve como negar o pedido da filha, ainda mais com a pressão colocada quando a bisneta entrou no jogo. Começou contando como estava o clima naquele dia, cada sensação, cada sopro do vento, e como o sol acariciava seu corpo naquele verão de 1943.
História contada, dia corrido. Márcia voltou para casa com seu prêmio no celular. E que prêmio! Naquele dia, D. Maria foi para a cama mais cedo. As 20h já estava com seu pijama, cabelo escovado, e tinha a sensação de uma presença conhecida.
Passou em sua mente toda a tarde e mais uma vez rememorou o dia na beira da praia naquele verão e a doce sorte de conhecer o seu amor...
- Ah Miguel, queria que estivesses aqui, para ver que linda família temos.
Como se ouvisse na sua cabeça uma resposta...
- Estou minha Santa Maria, eu estou e estou feliz...
- Ah Miguel, pare de bobagens... quando virá me buscar?
- Ora Maria, esqueça isso, e dança comigo como fizemos na beira mar naquele dia?
- Não tenho mais esse pique Miguel.
- Olha de novo meu amor....
E ela olhou o corpo, o quarto, tudo era diferente.... Estava na praia, corpo bronzeado, novamente 20 anos.
- Como isso é possível Miguel?
- É tão possível como a minha promessa de que nosso amor seria para sempre!
- Agora somos só nós?
- Sim Maria, por enquanto, só nós, para sempre!
Depois de Ler, ouça a música;
Sobre a autoria do artigo:
Dehdo Hübler
Oi Eu sou o Dehdo. Aqui eu escrevo sobre aquilo que penso, sinto e estudo. Entre os meus escritos, fotos e vídeos você encontrará sempre uma parte de mim, independente do enfoque, seja algo acadêmico, profissional ou pessoal. Minha busca é a da autoexpressão e carrego isto comigo como filtro para meu olhar.
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Escrito em: 05/10/2015 18:25:37
por Dehdo Hübler
Márcia há dias pensava no pai. Uma saudade apertando o peito com aquela sensação de quem comeu doce demais e acha que tem alguma coisa por acontecer. Márcia era mais a mais sensitiva das cinco irmãs, e olhe que ela não ligava para nada disso. No almoço de domingo pediu à mãe que contasse de novo como ela e o pai haviam se conhecido.
- Conta mãe, eu não canso de ouvir.
- Para Márcia, já contei esse história mil vezes e tu já conhece de traz para frente.
- Eu sei mãe, é que cada vez que tu conta parece que ele está aqui, e o brilho do teu olho me dá uma certeza de amor eterno.
- Para guria, já falei, ó, tá me fazendo chorar já.
Completamente lúcida, aos 91 anos, Maria, mãe de Márcia, lembrava cada detalhe da juventude, da infância, da vida adulta, e principalmente da dor que lhe cravava o peito toda vez que lembrava daquele abril de 1987.
- Mãe, conta, a Luíza acho que nunca ouviu. Só mais uma vez vai, daí eu gravo no celular e prometo que não te incomodo mais....
D. Maria não teve como negar o pedido da filha, ainda mais com a pressão colocada quando a bisneta entrou no jogo. Começou contando como estava o clima naquele dia, cada sensação, cada sopro do vento, e como o sol acariciava seu corpo naquele verão de 1943.
História contada, dia corrido. Márcia voltou para casa com seu prêmio no celular. E que prêmio! Naquele dia, D. Maria foi para a cama mais cedo. As 20h já estava com seu pijama, cabelo escovado, e tinha a sensação de uma presença conhecida.
Passou em sua mente toda a tarde e mais uma vez rememorou o dia na beira da praia naquele verão e a doce sorte de conhecer o seu amor...
- Ah Miguel, queria que estivesses aqui, para ver que linda família temos.
Como se ouvisse na sua cabeça uma resposta...
- Estou minha Santa Maria, eu estou e estou feliz...
- Ah Miguel, pare de bobagens... quando virá me buscar?
- Ora Maria, esqueça isso, e dança comigo como fizemos na beira mar naquele dia?
- Não tenho mais esse pique Miguel.
- Olha de novo meu amor....
E ela olhou o corpo, o quarto, tudo era diferente.... Estava na praia, corpo bronzeado, novamente 20 anos.
- Como isso é possível Miguel?
- É tão possível como a minha promessa de que nosso amor seria para sempre!
- Agora somos só nós?
- Sim Maria, por enquanto, só nós, para sempre!
Depois de Ler, ouça a música;
Sobre a autoria do artigo:
Dehdo Hübler
Oi Eu sou o Dehdo. Aqui eu escrevo sobre aquilo que penso, sinto e estudo. Entre os meus escritos, fotos e vídeos você encontrará sempre uma parte de mim, independente do enfoque, seja algo acadêmico, profissional ou pessoal. Minha busca é a da autoexpressão e carrego isto comigo como filtro para meu olhar.
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