Foi quase como pedir um xis. Falando assim você vai achar
que sou inconsequente, mas não foi exatamente assim, mas foi. Eu passei boa
parte do segundo grau dizendo que eu faria medicina, comecei o cursinho
pré-vestibular dizendo que eu faria medicina. Na véspera do último dia de inscrição
do vestibular, me inscrevi para publicidade.
Foi assim... eu já trabalhava fazendo websites, tinha
facilidade com computador e com texto, e depois que u vi Harry Potter, queria
fazer efeitos especiais. Na semana antes de acabar o período de inscrições (do
primeiro vestibular que eu fiz para a Federal, fiz dois e não passei nos dois,
fiz PUCRS, e lá passei em 2º lugar) fomos levar minha irmã no aeroporto. Lá, compramos
uma revista do estudante. E eu passei a noite toda (literalmente) devorando
cada detalhe, de cada profissão, e destacando o que me interessava. No final fiquei
com umas 4 opções. Teriam mais, mas não havia a oferta no RS. Então, depois
dessa peneira, minhas opções eram psicologia, publicidade, letras e mais alguma
outra coisa que não lembro. Como eu já fazia algumas coisas, pensei, vou com
publicidade pois já aproveito mais o que já sei. Não me arrependi, pois essa decisão
abriu minha mente para uma área incrível, que tem bastante das outras:
Comunicação.
Engraçado que escrevo este texto ao mesmo tempo em que
participo de um seminário de comunicação. As pessoas tem uma visão bastante limitada
desta áreas, por isso estar num seminário de comunicação é como atravessar um armário
para Nárnia.
Através da comunicação eu adquiri minha independência na
vida, e pude conhecer muito da mente humana (minha paixão, mais para frente vou
falar da psicanálise). Pude adquirir experiência de mercado, experiência de
vida e aprendi horrores sobre comportamento humano.
Tudo comunica, e entender a intenção por de traz da comunicação
muda tudo. Hoje, sou bacharel em comunicação social, especialista em imagem publicitária
e mestre em comunicação social. Nessa trajetória aprendi muito sobre expressões
da individualidade humana, liderança e criatividade. Na graduação estudei como
a internet influenciava (naquele período) a aceitação da orientação sexual, no mestrado,
como se construíam os ambientes de liderança em um espaço midiatizado. Fiz
amigos, conquistei clientes, e hoje uso todas as técnicas que aprendi para
auxiliar meus clientes a se expressarem melhor, e mais, a permitirem uma
comunicação mais harmônica entre todas as camadas da sua existência, permitindo
um equilíbrio entre seus desejos internos e a forma de expressá-los no mundo.
Fico feliz pelo Eu adolescente ter escolhido este caminho,
se fosse diferente, eu seria, hoje, outra pessoa. E não tenho ideia se ela
seria tão interessante.