O que dirá o amor? A simples e pura concepção de amor teria
voz? Acreditaríamos como os antigos povos que cada sentimento se manifesta em
um deus? O que diria Eros, Afrodite?
Como se expressariam? Haveriam trocas de carinhos, seriam apenas olhares? O
amor deveria impulsionar? Zelar? Prender? Defender?
Me pergunto todos os dias, toda vez que me perguntam “onde
está o amor que não sorriu para mim”, “porque tenho sempre que me magoar” o que
dirá o amor? O cupido e suas flechas estão de férias em algum paraíso perdido?
Existe acaso, destino? Ou o amor é um simples fenômeno da inércia?
Eu conheci o meu em um ônibus. Amor em movimento. Se o
cupido teve o trabalho de flechá-lo, digo e sempre direi que boa mira ele tem.
Afinal, com tantos buracos na estrada, tantas curvas e sacolejos, acertar o alvo
não é para qualquer um.
Mas tem uma coisa. Amor não é tiro ao alvo, nem caça, nem
pescaria. Amor está mais para conquista e manutenção, sedução e responsabilidade
do que qualquer outra coisa. Amor completa, mostra que somos falhos, nos permite
crescer. Amor é uma coisa torta, que nos deixa retos, ou seria ao contrário?
O amor é uma invenção incrível, constrói e destrói. É como
uma chave mestra que abre e fecha qualquer porta. Ele ilumina e escurece. E
mesmo diante de tantas possibilidades, eu fico sempre me perguntando, o que
dirá o amor?
Escrevo, sobre o amor, sobre a vida, sempre em espasmos, de vez em quando sai um monte de produção. As vezes não sai nada, amo escrever. Junto todos os meus textos num espaço que é só meu, Deh.do. Aqui, pouco posto, pouco me mostro, porque o amor não é para todos verem, para se sentir. O amor não fala, ele sente, quando fala grita!